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TRT-13 recebe a ativista Pureza Loyola em exibição de filme sobre sua vida

Ocasião lembra a luta contra o trabalho escravo contemporâneo e inaugura o Projeto Arte e Cultura, com exposição “Kolofé”, de Elioenai Gomes
publicado: 03/02/2023 17h21 última modificação: 10/02/2023 21h24

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Pleno do TRT-13 ficou lotado para ouvir Dona Pureza e acompanhar a exibição do filme que conta a história da busca dela pelo filho perdido

O Tribunal Pleno do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) ficou cheio com a presença maciça de servidores e do público externo, todos ávidos para conferir “Pureza”, filme dirigido por Renato Barbieri sobre a luta da ativista Pureza Loyola para resgatar seu filho das mãos do trabalho escravo e que, no processo, acabou se tornando símbolo dessa luta. Além do diretor, a própria Pureza esteve presente no evento realizado na manhã desta sexta-feira (3) no Tribunal Pleno do Regional, rendendo momentos emocionantes para toda a plateia.

O evento dedicado a discutir a erradicação do trabalho escravo também acabou sendo o ponto de partida do Projeto Arte e Cultura, que trará atividades artísticas e culturais para dentro do TRT-13. A exposição “Kolofé – Um caminho de expansão afro cultural”, de Elioenai Gomes, ficará exposta até a próxima semana no hall do Regional e o artista foi convidado para falar um pouco sobre ela no evento.

“Quando eu fiz essa série de pinturas, eu pensei no espaço em que iria produzi-las, o Centro Histórico, fruto das mãos de pessoas escravizadas, uma história que permanece até hoje invisibilizada. Estar aqui hoje e ver este tribunal com uma plateia cheia de pessoas como eu, negras, periféricas, me faz sentir pertencente a espaços que nos eram negados antes”, enfatizou Elioenai Gomes. Um documentário curto sobre a produção de “Kolofé” foi apresentado, mostrando o processo criativo da arte produzida por Elioenai. Para saber mais detalhes, confira a entrevista especial realizada pela equipe da Assessoria de Comunicação Social (ACS) com Elioenai Gomes disponível aqui

Na sequência, veio a exibição do filme “Pureza”, que capturou a atenção de todos que estavam no Tribunal Pleno. Em pouco mais de uma hora e meia, a obra de ficção encapsulou a jornada de bravura e resiliência de dona Pureza, levando a plateia a aplaudir de pé após o término da sessão. Em um momento comovente e natural, dona Pureza se levanta e faz um breve comentário sobre o que havia acabado de ser apresentado pela ficção, materializando para aquele ambiente toda a força carregada pela ativista, o que levou o público a se emocionar e aplaudir com vigor renovado. Na sequência, o poeta cordelista Allan Sales recitou um cordel escrito por ele inspirado na trajetória de Pureza Loyola. Após concluir, Allan entregou uma cópia do cordel nas mãos da própria Pureza, que estava visivelmente emocionada.

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A procuradora do Trabalho da Paraíba, Marcela Asfóra, ouvindo Dona Pureza durante o evento no TRT-13

Problema persistente

Uma roda de conversa trouxe ao público a dimensão real da ação da Justiça do Trabalho e do Poder Judiciário no combate ao trabalho escravo contemporâneo, uma chaga social que persiste no tecido social não apenas brasileiro, mas no mundo inteiro. A procuradora do Ministério Público do Trabalho da Paraíba (MPT-PB), Marcela Asfóra, trouxe em sua participação dados relevantes sobre o tema. Entre 2003 e 2021, foram resgatados em torno de 550 trabalhadores paraibanos submetidos a trabalho análogo ao escravo, um número grande, mas que está longe de representar a totalidade do problema. “É uma questão que está bem mais próxima de nós do que imaginamos, desde o trabalho escravo em zona rural até o urbano. O trabalho escravo doméstico chama ainda mais a atenção por ser invisibilizado, com pessoas que são consideradas ‘da família’, mas que muitas não acessam a educação, não têm a carteira assinada nem recebem salários”, alertou.

O diretor Renato Barbieri aproveitou o momento para enfatizar a importância de continuar a abordar o assunto do trabalho escravo contemporâneo, pois é um assunto que permanece sendo urgente, mesmo após quase 30 anos dos acontecimentos retratados em “Pureza”. A produção do longa de ficção, por sinal, acabou gerando um documentário, intitulado “Servidão”, que expande ainda mais a discussão a respeito destes temas. O público pôde conferir em primeira mão o trailer do novo filme. Para saber mais sobre o trabalho de Barbieri, confira a entrevista completa realizada pela ACS com o diretor, clicando aqui.

Por fim, o presidente do TRT-13, Thiago Andrade, encerrou o evento reforçando que ações como a deste dia não são importantes apenas para os servidores do Regional, mas principalmente para o público externo convidado, repleto de representantes de associações comunitárias e movimentos sociais. “Nosso tribunal quer estar de portas abertas e agindo ativamente para que, algum dia, sejam vocês, pessoas negras, indígenas, periféricas, que estejam ocupando as cadeiras de desembargadores”, afirmou.

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O presidente do TRT-13, Thiago Andrade, falou sobre a alegria de ter representantes de organizações sociais no evento para debater um tema tão preocupante


Veja mais fotos do evento desta sexta-feira: 

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André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13

 

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