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TRT-13 promove Dia 'D’ da empregabilidade da pessoa com deficiência

Evento foi dividido em duas etapas: “Conscientizar e incluir”, no dia 30, e “Balcão da empregabilidade”, dia 6 de junho
publicado: 01/06/2023 14h55 última modificação: 05/06/2023 10h22

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Os representantes das empresas que participaram do evento fizeram cadastros para o Balcão da Empregabilidade, dia 6, na Funad

Unir pessoas com diferentes tipos de deficiência a empresas com vagas abertas para receber este público. Este é o objetivo do ‘Dia D’ da Empregabilidade da Pessoa com Deficiência. Nesta terça-feira (30), o Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) promoveu uma etapa preparatória, reunindo representantes de empresas locais em torno da ação intitulada “Conscientizar e incluir”, realizada no Auditório do Fórum Maximiano Figueiredo, em João Pessoa.

O objetivo da iniciativa é promover a conscientização acerca da necessidade de contratação de pessoas com deficiência, especialmente no caso de empresas que precisam, por força de lei, preencher um quantitativo de vagas destinadas a este público. “Para esta sensibilização, serão realizadas palestras, incluindo algumas proferidas por pessoas com deficiência que estão no mercado de trabalho, além de falas de representantes de instituições públicas e privadas”, afirmou Francineide Dias Bragas, assessora jurídica em atuação na Assessoria de Projetos Sociais e Promoção dos Direitos Humanos (Aspros).

Na manhã de palestras e debates, o evento contou com as falas de representantes das entidades organizadoras, a começar pelo próprio TRT-13. O presidente Thiago Andrade citou um exemplo recente que o fez perceber como a questão da acessibilidade é importante e urgente. “O desembargador Carlos Coelho trabalhou no tribunal por mais de 30 anos e nos últimos meses de carreira ele precisou usar cadeira de rodas e só então percebemos que ele não tinha como sentar em sua cadeira no Pleno por conta de um degrau de sete centímetros. Queremos a presença de mais pessoas com deficiência no tribunal contribuindo com sua força de trabalho e com sua percepção sobre o ambiente, para tornarmos ele cada vez mais acessível", pontuou o desembargador presidente.

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Quem também esteve presente neste primeiro momento foi a secretária de Estado do Desenvolvimento Humano (Sedh), Pollyanna Dutra. “Essas pessoas conseguem sim exercer suas tarefas e seus objetivos e é nossa missão enquanto agente público e é missão da sociedade incluí-las. A inclusão não pode ser apenas por cotas, que já foi um avanço enorme, mas sim uma inclusão de fato e de direito, estar incluída nos ambientes de trabalho, um trabalho justo e sustentável. Fazer isso é fazer justiça social", defendeu Pollyanna. 

A manhã contou com a fala da diretora técnica da Fundação Centro Integrado de Apoio à Pessoa com Deficiência (Funad), Mércia de Lourdes Medeiros; da chefe de Colocação Profissional da Funad, Mércia Morais; do chefe da Seção de Fiscalização do Trabalho e superintendente Regional do Trabalho substituto, Abílio Sérgio Correia Lima; da presidente do Instituto dos Cegos de Campina Grande e professora da UFPB, Adenize Queiroz; da professora especialista em Libras, Elizângela Araújo; do professor Tiago Ugulino, da UFPB, um dos criadores do software de acessibilidade VLibras; do servidor do TI do Detran, Guilherme Guimarães; do publicitário e consultor em acessibilidade em serviços e equipamentos turísticos e fundador da AC Social, Genilson Lima; e do empresário paulista, José Eduardo de Souza. 

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O empresário José Eduardo, proprietário da Padaria Real, que já recebeu prêmio da ONU, veio a convite do presidente do TRT-13, Thiago Andrade

 José Eduardo é proprietário da Padaria Real, localizada em Sorocaba (SP) um case de sucesso no quesito de acessibilidade, e veio ao TRT-13 apresentar aos empresários e representantes de empresas paraibanas que é possível promover a inclusão de maneira natural. "Confesso que inicialmente fui atrás disso por conta das cotas para pessoas com deficiência, que precisavam ser preenchidas, mas com o passar do tempo, isso acabou se tornando parte fundamental do que é a empresa. Nós contratamos PCDs não para cumprir uma obrigação, mas porque é nosso dever social", argumentou. 

Um dos casos que o empresário trouxe foi o de Jady, profissional que ingressou na Padaria Real inicialmente para trabalhar na padaria como confeiteira. Por ser deficiente visual, Jady tinha direito a ter um cão-guia e estava no processo de consegui-lo. Quando passou a frequentar o emprego com o cão-guia, por medidas sanitárias, não poderia estar mais na cozinha. O que fazer, então? "A princípio, colocamos Jady e seu cão-guia no atendimento assistencial aos clientes, orientando-os a localizar produtos nas dependências da padaria, mas percebemos que ambos não estavam se adaptando bem à nova função", relatou José. 

Daí, veio a ideia de colocar Jady no caixa do estabelecimento. Como uma pessoa cega poderia exercer esta função? "Percebemos que é possível adaptar praticamente tudo, só precisamos ouvir as necessidades das pessoas. No caso de Jady, bastou um fone de ouvido e um programa de leitura de tela. Esse tipo de ação acaba sendo educativa para os clientes também, que veem uma pessoa com deficiência ocupando posições que, infelizmente, ainda não são habituais", completou. 

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A professora Adenize Queiroz trouxe em sua fala um relato importante e se posicionou de maneira enfática. "Eu não tenho nenhum constrangimento ou vergonha por ser cega, mas busco mostrar para meus alunos que as limitações que posso ter não tornam minha aula substancialmente diferente das que os professores com visão dão a eles. É preciso mudar a percepção em torno das pessoas com deficiência, enxergá-las para além das deficiências, ver suas potencialidades. Em relação ao mercado de trabalho, a gente passou da fase de sensibilizar e conscientizar, estamos aqui com o propósito de convencer os empregadores de que um ambiente inclusivo é necessário, até pela manutenção e prosperidade dos negócios", argumentou.

Na próxima terça-feira (6), será realizado o “Balcão da Empregabilidade", na sede da Funad, em João Pessoa. O foco do evento será o encontro de pessoas com deficiência e empresas interessadas em contratá-las. Neste momento, as pessoas interessadas deverão ir até a Funad levando seus currículos. No local, passarão por uma espécie de triagem e, depois, poderão conversar diretamente com as empresas sobre as vagas desejadas e as áreas de atuação. 

André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13