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Palestra sobre barreiras atitudinais emociona e promove reflexão sobre inclusão e acessibilidade

O juiz do trabalho Márcio Aparecido Germano, primeiro magistrado cego da Justiça do Trabalho, foi o ministrante
publicado: 23/09/2025 15h10 última modificação: 23/09/2025 15h10

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Em celebração ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, o Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região), por meio do Comitê Gestor de Igualdade de Gênero e do, Raça e Diversidade e do Subcomitê de Acessibilidade e Inclusão, promoveu, nessa segunda-feira (22), uma palestra especial voltada à reflexão sobre inclusão e acessibilidade. A palestra foi ministrada pelo juiz do trabalho Márcio Aparecido da Cruz Germano da Silva, do TRT de São Paulo (2ª Região). 

A presidente do TRT-PB, desembargadora Herminegilda Leite Machado, destacou o compromisso do Tribunal com a acessibilidade, que transcende as gestões, e permanece como uma prioridade na administração atual. “Dirijo uma palavra especial aos gestores presentes. A participação de todos, aqui reunidos, é fundamental para a promoção de uma postura inclusiva e engajada, visando a efetiva inclusão dos servidores com deficiência em suas equipes. Inclusão significa respeito, oportunidades equitativas e valorização das potencialidades. Esse compromisso precisa se refletir nas normas, mas, sobretudo, nas práticas cotidianas e na própria cultura institucional. Nesse sentido, registro com satisfação o engajamento dos setores e servidores que, sempre atentos à temática, atuam com propósito e dedicação”, salientou.

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O desembargador Ubiratan Moreira Delgado, representando o subcomitê de acessibilidade e inclusão, ressaltou a importância desse tipo de evento. “Modificar normas é relativamente simples, mas transformar atitudes é um desafio maior, que exige um trabalho contínuo e dedicado de todos nós. Esse esforço não deve ser restrito àqueles que são diretamente afetados pelas dificuldades, como as pessoas com deficiência, mas, principalmente, àqueles que as causam, muitas vezes motivados por um capacitismo enraizado. Precisamos desconstruir preconceitos e cultivar a empatia, pois falar em sensibilidade e inclusão é defender a implementação do princípio da igualdade, que tanto prezamos”, afirmou.

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Emoção e aprendizado

Reconhecido como o primeiro magistrado cego da Justiça do Trabalho paulista, juiz do trabalho Márcio Aparecido da Cruz Germano da Silva traz uma trajetória inspiradora marcada pela superação e pelo compromisso com a equidade. O juiz perdeu a visão entre os quatro e oito anos de idade, após um erro médico durante o tratamento de uma febre, que resultou na síndrome de Steven Johnson. Depois de passar pelos cargos de técnico e analista judiciário, tornou-se juiz do trabalho no TRT da 2ª Região.

Sua palestra, “As Barreiras Atitudinais como o Principal Entrave para a Efetiva Inclusão”, emocionou os presentes e trouxe importantes reflexões. “Ao refletir sobre a questão da deficiência, percebe-se que a problemática das barreiras transcende a esfera individual. A responsabilidade, outrora atribuída exclusivamente ao indivíduo, divide-se agora com a sociedade como um todo. As barreiras que limitam o acesso e a participação plena são, em última análise, impostas pela própria sociedade”, explicou.

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“Essa inversão da lógica do sistema demonstra a importância da mudança conceitual sobre a deficiência. Propus, inclusive, que as barreiras atitudinais são as mais significativas, pois são elas que moldam as demais. Sem uma mudança de atitude e de decisão por parte daqueles com poder de ação, a remoção de barreiras físicas, tecnológicas ou a criação de oportunidades são inviáveis. A barreira atitudinal, enraizada na visão tradicional da incapacidade, é a que requer atenção prioritária. A superação dessa barreira é o ponto de partida para a transformação em cascata de todas as outras”, frisou o magistrado.

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Assessoria de Comunicação Social do TRT-PB
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