Emprega Margaridas encerra com preparação de currículos e dicas para entrevista de emprego

Ao todo, foram atendidas 22 jovens de comunidades do Alto do Mateus e Paratibe, em João Pessoa

“Esses três dias abriram muito a minha mente. Saio daqui com novas perspectivas”. É assim que a jovem Isabelly Silva, de 24 anos, define sua experiência com o Emprega Margaridas, projeto desenvolvido pelo Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) que teve sua primeira edição concluída na manhã da sexta-feira (3). Ao todo, foram atendidas 22 jovens de comunidades do Alto do Mateus e Paratibe, em João Pessoa.

Nesta última etapa, profissionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de João Pessoa (Sedest/JP), da qual o Sistema Nacional de Emprego João Pessoa (Sine-JP) faz parte, apresentaram uma oficina com orientações a respeito de como se prepararem para o mercado de trabalho, desde a construção de um bom currículo até a forma de agirem em uma entrevista de emprego para se destacarem. 

“Pode parecer pouco, mas nessas duas horas, tenho plena convicção de que elas absorveram conhecimentos importantes para começarem a se posicionar no mercado de trabalho de maneira mais adequada”, enfatizou a diretora de capacitação do Programa Eu Posso Aprender, Sandra Carvalho. Algumas das dicas apresentadas na construção de um bom currículo é formatá-lo da maneira mais adequada para a vaga pretendida, dispensando informações curriculares que não sejam pertinentes ao emprego almejado.

Ao lançar um olhar mais atento para a turma, que veio desde a última quarta-feira (1) participando das atividades nas dependências da Escola Judicial do TRT-13 (Ejud13), no Fórum Maximiano Machado, é possível observar universos inteiros dentro daquelas meninas. Aliás, não apenas meninas, pois até mesmo mulheres adultas foram abraçadas pelo projeto.

Maiara Leal tem 35 anos e não estaria, inicialmente, dentro do público-alvo do Emprega Margaridas, voltado para jovens de 16 a 25 anos. No entanto, por meio da Associação dos Moradores do Conjunto Ivan Bichara (AMIB), do Alto do Mateus, ela conseguiu a oportunidade de participar do projeto, oportunidade a qual ela se diz muito grata. “Minha mente já está desatinada de muita coisa, abrindo muito mais a cabeça. A gente sente quando é acolhida e as pessoas entendem a dor do outro, as dificuldades que a gente tem. Ouvi conselhos muito importantes das palestrantes que passaram por aqui”, enfatizou.

Ela afirmou que sente uma dificuldade maior de se inserir no mercado de trabalho por conta da idade, mas que não pretende desistir. Dentre as experiências que teve, ela deseja seguir por dois caminhos possíveis: atendimento ao público e trabalho com crianças. “Eu consegui trabalhar por algum tempo em escolas e gostei demais de poder lidar com crianças. Os pais também me procuravam, então eu percebo que as atividades em que eu tenho que lidar com gente são as que eu mais gosto, sabe?”, compartilhou.

Quem também encontrou novos caminhos a serem trilhados é Isabelly Silva, citada no início deste texto. A jovem da comunidade quilombola de Paratibe se formou em um curso técnico de enfermagem, mas ainda não estava decidida se este era mesmo o rumo profissional que gostaria de tomar. O Emprega Margaridas pode ter apresentado respostas à jovem.

“Eu fiquei realmente muito impactada pelo trabalho das Meninas na Ciência da Computação, que foi apresentado aqui no primeiro dia. Não consigo dizer o que mais me encantou mais no mundo da computação. Depois de vê-las falando sobre tudo aquilo, coloquei como meta buscar trabalhar com essa área”, confessou Isabelly. 

O objetivo do Emprega Margaridas, além de oferecer ferramentas práticas para estas jovens, também funciona como uma estufa criativa, permitindo que estas profissionais floresçam em campo fértil. A ideia é que o projeto seja expandido para mais comunidades com meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade social ao longo do ano.

Veja alguns registros do último dia do evento: 

André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13