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Abril Verde ressalta a importância da saúde e segurança do trabalhador

Núcleo de Saúde do TRT-13 promove ações de conscientização sobre o tema e aponta meios para promover um ambiente de trabalho mais seguro
publicado: 06/04/2022 15h56 última modificação: 07/04/2022 21h05

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Sede do TRT-13, em João Pessoa, está iluminada na cor verde

O mês de Abril é dedicado ao Movimento ‘Abril Verde’, que busca conscientizar e apontar meios de garantir a segurança e a saúde no ambiente de trabalho, tendo como ápice o dia 28, data que marca tanto o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho quanto o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. O Núcleo de Saúde (Nusa) do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) realiza ao longo do mês uma série de ações para trazer visibilidade a estas pautas. 

Desde o início do mês, o edifício-sede e o Fórum Maximiano Figueiredo, em João Pessoa, e o Fórum Irineu Joffily, em Campina Grande, contam com uma iluminação verde à noite, para chamar a atenção dos transeuntes a respeito do tema. Ao longo do mês, os servidores deste tribunal receberão cartões informativos a respeito de saúde e segurança do trabalho, enviados por meio de e-mail e WhatsApp cadastrados nos sistemas do tribunal. No dia 28, serão distribuídos laços verdes para evidenciar a pauta do Abril Verde.

A escolha pelo mês em específico se dá por causa de algumas datas importantes relacionadas aos temas, como o Dia Mundial da Saúde, em 7 de abril, e o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, no dia 28. “A Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu em 2003 o dia 28 de abril como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, em memória às vítimas de um acidente ocorrido em uma mina em Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969. No Brasil, a data foi promulgada como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, pela Lei nº 11.121, no ano de 2005”, afirmou o médico do Nusa, João Ricardo Soares Nóbrega.

Políticas de prevenção

Um ambiente de trabalho minimamente seguro precisa atender a uma série de normatizações técnicas e parâmetros estabelecidos pela lei, mas basicamente é preciso ter uma série de políticas de prevenção, com o objetivo de antever possíveis acidentes e doenças provocadas pelo exercício do trabalho. “Deve haver o controle de riscos ocupacionais, a ergonomia e a adoção de medidas protetivas, como equipamentos de proteção coletiva e individual”, reforçou o médico João Ricardo Soares.

De acordo com o profissional do Nusa, as principais doenças ocupacionais incluem a Lesão por Esforço Repetitivo (LER), também conhecida como Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort), transtornos psíquicos, Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR), doenças de pele e doenças respiratórias relacionadas ao trabalho. “Além dos sinais e sintomas característicos e do sofrimento associado à doença, o trabalhador pode também apresentar perda de capacidade laborativa, temporária ou permanente, a depender da extensão e da gravidade do acometimento”, complementou. 

Estas doenças e enfermidades impactam diretamente na qualidade de vida e no desempenho profissional do trabalhador, já que sua rotina pode ser bruscamente alterada devido a possíveis sequelas e os constantes tratamentos e reabilitações. Por isso, o Núcleo de Saúde do TRT-13 está preparado para receber os servidores que apresentarem alguns dos sintomas relacionados a doenças ocupacionais, pois o Nusa conta com uma equipe multidisciplinar para prestar a devida assistência, formada por médicos do trabalho, enfermeiros, psicólogos, fisioteraputas e engenheiros de segurança.

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Fórum Maximiano Figueiredo, no bairro João Agripino, em João Pessoa, também está com a iluminação alusiva ao Abril Verde

Aspecto psicológico da saúde do trabalho

Quando pensamos em saúde e segurança no trabalho, a primeira coisa que vem à cabeça são os acidentes e doenças físicas, mas o aspecto psicológico também pode ser afetado por um ambiente de trabalho insalubre. O psicólogo do Nusa, Aldeny Cavalcanti de Souza, ressaltou a importância de prestar atenção aos sinais que às vezes passam despercebidos, mas que podem ser a “ponta do iceberg” de problemas mais sérios.

“Observa-se que as doenças mentais relacionadas ao trabalho vêm se tornando mais frequentes, levando a uma série de impactos e prejuízos à saúde não só das pessoas, mas também de empresas e, consequentemente, da sociedade. Entre estas doenças, podemos destacar o estresse ocupacional, a síndrome de burnout ou esgotamento profissional, o transtorno de adaptação, além de episódios depressivos ou de ansiedade e síndrome do pânico”, elencou.

Estas condições podem surgir em decorrência de ambientes ou mesmo da dinâmica complexa de determinados ambientes de trabalho, a sobrecarga de demandas, dentre outras complicações. Outros transtornos podem surgir por conta desse desgaste psicológico, como o alcoolismo e outras dependências químicas, que geralmente surgem como uma tentativa frustrada de ocupar vazios emocionais. “Desta forma, no sentido de prevenir o adoecimento psíquico, é fundamental que haja uma conscientização de chefes e colaboradores quanto à necessidade de proporcionar um ambiente de trabalho onde se construam relações interpessoais mais saudáveis”, explicou o psicólogo.

Assédio e segurança do trabalho

Outro aspecto ainda pouco abordado, mas que está diretamente relacionado à saúde e segurança do trabalho são os assédios, tanto os de natureza moral quanto sexual. Um caso de assédio pode afetar a saúde psicológica dos trabalhadores, atingindo principalmente as trabalhadoras.

Diante disso, o TRT-13 instituiu recentemente uma Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual, coordenada pela juíza Mirella Cahú, que também coordena o Programa Trabalho Seguro, ao lado do também juiz André Aquino. Ela enfatizou a importância de olharmos para estas questões com mais atenção. “Às vezes não enxergamos os efeitos dessa violência, pois atingem aspectos da subjetividade, a autoestima, o sentimento de dignidade enquanto trabalhador. As questões de saúde mental ainda são dificilmente reconhecidas como um acidente de trabalho”, pontuou.

Algumas das medidas que são necessárias em caso de constrangimento, importunação e assédio, tanto moral quanto sexual, é o afastamento do trabalhador do serviço. “Esse tipo de situação pode ser reconhecida como acidente de trabalho e o trabalhador terá todos os direitos como um acidente de trabalho típico - aquele que pensamos como uma queda da escada”, explicou a juíza.

O comitê, criado recentemente, ainda está desenvolvendo estratégias para poder realizar um melhor enfrentamento a essas questões, mas a juíza Mirella Cahú tem convicção que o assédio moral e sexual devem ser encarados com o mesmo rigor que outros tipos de questões de saúde e segurança do trabalho. “Se pensarmos que essa forma de violência pode ensejar acidentes de trabalho, faz com que também seja pensado na utilização de práticas preventivas para observar a organização do trabalho e as relações intersubjetivas do ambiente de trabalho. Isso também é segurança no trabalho”, completou.

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Juíza Mirella Cahú coordena o Programa Trabalho Seguro no TRT-13



André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13