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“Aquilombar É Preciso!”: Semana da Consciência Negra do TRT-13 é concluída com programação cultural

Performance teatral “Meu Eu”, com Robson Oliver, e música com Escurinho foram as atrações apresentadas no Auditório do Fórum Maximiano Figueiredo
publicado: 27/11/2023 17h08 última modificação: 28/11/2023 16h30

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O Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (13ª Região) concluiu na manhã de sexta-feira (24) a programação dedicada ao Mês da Consciência Negra com duas atrações culturais, dentro da ação “Aquilombar É Preciso!”. O monólogo “Meu Eu”, do ator Robson Oliver, e a performance musical do artista Escurinho foram apresentadas para o público presente no Auditório do Fórum Maximiano Figueiredo, composto majoritariamente por aprendizes e estagiários do TRT-13.

“Meu Eu” está sendo encenada há cerca de dois anos e surge como uma forma de trabalhar com aspectos da ancestralidade do ator Robson Oliver, que começou a esquematizar a performance durante a pandemia. “Eu tinha esse desejo de me desafiar enquanto artista e veio a ideia do monólogo, antes mesmo da pandemia. Daí veio a pandemia e os artistas foram os primeiros a ficar em casa, pois lidamos com o público. Lembro como foi difícil o processo. Não tinha espaço para ensaios, pois estava tudo fechado por conta do isolamento social. Fizemos, eu e Letícia, na sala da minha casa”, relembrou Oliver.

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O espetáculo tem como base a relação entre o neto e sua avó, ambientada em um quintal, espaço cênico construído no TRT-13 no lugar onde habitualmente os eventos administrativos e jurídicos são ambientados. Outro aspecto primordial de “Meu Eu” é a religiosidade de matriz afro. “Eu tinha essa inquietação enquanto candomblecista para levar essa história para as pessoas, mas não queria que fosse um espetáculo impositivo, empurrado goela adentro. Ninguém é obrigado a assimilar a religião de ninguém, mas é preciso respeitá-la. Eu queria trazer um monólogo leve, sutil, em que as pessoas vissem os orixás através de símbolos”, enfatizou o ator.

O espetáculo é dirigido por Letícia Rodrigues, atriz e diretora trans paraibana que já esteve no TRT-13 em junho, apresentando o monólogo “Gisberta” no Tribunal Pleno da instituição. “Tirar toda aquela parafernalha do auditório e transformar em um quintal de casa é de grande valia para a gente que faz teatro, mas a minha preocupação enquanto dramaturga é o que levar para o público. Ao invés de trazermos as imagens dos orixás, a gente coloca a banana e o mel, que é o doce da Oxum, a pipoca de Omulu, enfim, os vários símbolos atrelados aos orixás, que os trazem para dentro da cena de maneira sutil”, pontuou.

A estratégia de “Meu Eu” é estabelecer como força-motriz a emoção. “Eu queria trazer a história com a minha avó, esse amor, para que mesmo as pessoas que não tenham conexão com os orixás se sentissem conectadas com a história entre neto e avó”, enfatizou Robson. Essa conexão emocional também se estabelece com o uso de cantigas ancestrais, entoadas durante a peça. “Muito me emociona quando vejo as pessoas dos quilombos na plateia se conectando, cantando as músicas. É curioso ver as pessoas de posição mais alta na hierarquia não sabendo, pois a maioria delas não tem essa vivência da ancestralidade negra. É algo muito potente ver isso acontecendo em um espaço como este”, completou Letícia Rodrigues.

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A manhã foi encerrada com a performance do artista Escurinho. Nascido em Pernambuco, mas há muitas décadas estabelecido na Paraíba, o cantor e compositor é pedra fundamental da cultura paraibana. Para a performance do TRT-13, ele trouxe o Forró do Escurinho, com repertório calcado no clássicos do forró em um formato de trio. O público respondeu de forma calorosa, formando pares para dançar. Como é característico de Escurinho, ele conclui a performance convocando todo o público presente a formar uma ciranda, em um momento de integração que encerra as atividades do “Aquilombar É Preciso!” dentro do Mês da Consciência Negra. 

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André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13

 

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