“Aquilomba, Paraíba”: TRT-13 entrega computadores a comunidades de Grilo e Matão

O projeto "Aquilomba, Paraíba" está se preparando para realizar mais uma etapa de formação em letramento digital e sustentabilidade. Desta vez, serão reunidos participantes das comunidades quilombolas de Matão (Mogeiro), Grilo (Riachão do Bacamarte) e Pedra D'Água (Ingá), que assistirão aulas na próxima semana, no Fórum Irineu Joffily, em Campina Grande.

Na última segunda-feira (1), a assessora de Projetos Sociais e Promoção dos Direitos Humanos (Aspros), Jamilly Cunha, visitou as comunidades com o objetivo de realizar a entrega de 13 computadores, que serão ferramentas de promoção de inclusão digital e fortalecimento da identidade étnica dos quilombos.Na ocasião, houve conversas diretas com os moradores, especialmente as mulheres, com o intuito de estimular a participação do processo de formação.

Sete computadores foram doados para a Associação da Comunidade Negra de Matão (ACNM), localizada no município de Mogeiro. “A gente está muito feliz de receber esses computadores, pois eles vão possibilitar, não só para nossos jovens, mas para a comunidade como um todo, o acesso à internet e às inovações das redes sociais. É uma forma de fazer com que a gente continue a ecoar nosso grito, mostrando que estamos aqui, querendo ocupar nosso espaço enquanto pessoas negras, mulheres e jovens negras”, afirmou a presidente da ACNM, Rosângela Santos.

Depois, foram destinados seis equipamentos de informática para a Associação da Comunidade Negra Nossa Senhora Aparecida do Sítio Grilo, localizada no quilombo de Riachão do Bacamarte, outro município próximo a Campina Grande. “Eu acredito que, cada vez mais, nossas comunidades vão se transformar em algo cada vez melhor com esses benefícios”, pontuou o presidente da associação, Elias Tenório.

Etapas de formação

Com o objetivo de promover letramento digital, formação em sustentabilidade e fomentar a inovação social, o “Aquilomba, Paraíba” também propõe uma etapa de formação com as comunidades quilombolas. As duas primeiras que foram beneficiadas com a ação foram as de Paratibe, em João Pessoa, e Mituaçu, em Conde.

O público de Paratibe teve aulas entre os dias 12 e 15 de março, contando com debates enriquecedores e o engajamento ativo dos participantes, trazendo temas importantes e atuais para reflexão. As ações dessa primeira turma aconteceram no Laboratório de Inovação Social (LIS), localizado no Centro Integrado da Justiça Social (Cijus). Já nos dias 19 e 20 de março, foi a vez da comunidade quilombola de Mituaçu receber a etapa de formação, com a equipe se deslocando até a comunidade, localizada no município de Conde.

Foram discutidos temas como Direitos Humanos e trabalho decente; os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU; trabalho infantil, destacando os piores trabalhos a serem realizados por crianças e adolescentes e os principais regramentos alusivos ao tema; os quatro eixos da sustentabilidade, que englobam aspectos ambientais, sociais, econômicos e culturais; além de aulas de Metodologias Criativas e Tecnologia Social; Sustentabilidade ESG; e uma oficina de Mídias Criativas.

Para Yngrid Silva, 14 anos, participante do projeto, o projeto veio como uma oportunidade de aprimoramento para pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Eu sempre vi muita falta de oportunidade para quem, assim como eu, veio de baixo. Então eu vejo que com esse projeto várias pessoas poderão ter conhecimento e é essa a minha expectativa”, afirmou. Já Josilene Gomes, 47 anos, outra participante, elogiou as aulas e a escolha dos professores. “O projeto é maravilhoso. Tudo está sendo perfeito: estamos aprendendo muito, os professores são excelentes e muito educados, do jeito que nós esperamos”.

João Luís Aguiar, 42 anos, outro participante do “Aquilomba, Paraíba”, espera que o projeto tenha continuidade e parabenizou os professores pela aplicabilidade dos conteúdos ministrados. “O projeto é inovador. É um conhecimento que vamos levar para a vida, o que aprendemos aqui é possível de ser praticado, esse é o grande diferencial e o ponto mais interessante do projeto”, comentou.

“Aquilomba, Paraíba”

As doações realizadas pelo TRT-13 são fruto da assinatura do presidente Thiago Andrade, em fevereiro deste ano, de um termo que destinou 170 computadores, perfazendo um total de mais de R$ 500 mil, para 16 comunidades quilombolas paraibanas, por meio de parceria com a Coordenação Estadual das Comunidades Negras Quilombolas da Paraíba (CEQNEQ).

A iniciativa tem como objetivo enfrentar os processos de marginalização e exclusão por meio do empoderamento dos atores sociais e do oferecimento de caminhos para o seu pleno desenvolvimento. Além das doações, o “Aquilomba, Paraíba: projeto de sustentabilidade e inovação social do TRT-13” visa promover letramento digital, formação em sustentabilidade, bem como apresentar temas potencializadores e implantar espaços que fomentem a inovação social em comunidades quilombolas e indígenas da Paraíba.  

Em sua fase de formação, o projeto pretende alcançar doze territórios e, diretamente, 360 pessoas. Destaca-se o alinhamento à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), no que tange a adoção de medidas transformadoras a fim de direcionar a sociedade para o desenvolvimento sustentável nas dimensões social, ambiental e cultural.

André Luiz Maia
Assessoria de Comunicação Social TRT-13