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Projetos de vanguarda e sensibilidade

publicado: 10/03/2008 15h01 última modificação: 30/09/2016 10h21


A afirmação de que a presidente do Tribunal Regional do Trabalho, juíza Ana Clara Nóbrega é, hoje, a servidora em atividade mais antiga da Justiça do Trabalho na Paraíba tem força e é excelente para começar qualquer reportagem. Mas quando o assunto é mulher é complicado. Datas, principalmente quando somam anos, definitivamente, não são o forte das mulheres. E nem precisa ser.

No caso da juíza Ana Clara ela nem dá tanta importância a isso, mas ainda faz uma ressalva: “A mais antiga em atividade e não a mais velha”. É assim. As mulheres definitivamente chegaram lá e não perderam o charme e a sensibilidade.

E Ana Clara está realmente lá. É a atual presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba. Depois da juíza Ana Madruga é a segunda mulher no estado a presidir uma corte de justiça. E neste território quase inédito transita com a simplicidade e agilidade de quem sabe o que quer.

Servidora no tempo em que reinavam a máquina de datilografia e o arquivo em pastas de papel, não torce o nariz para a modernidade, pelo contrário, mergulha nela. Usa palm fone, tem pelo menos três e-mails e já adotou a assinatura digital em processos e procedimentos da Presidência do Regional.

Mais do que isso, quando assumiu o cargo de presidente do TRT decidiu investir principalmente em informática. Quer uma justiça ágil e transparente. Reúne os diretores ouve, discute e diz o que quer em cada projeto. “Nunca esqueço do princípio da humildade em qualquer conversa com qualquer pessoa. Acho que grande parte do aprendizado de minha vida vem desse princípio”, diz como se fosse uma advertência.

 

‘Conciliar’ e ‘Arrematar’

Também deu continuidade a projetos importantes na Instituição, como ‘Conciliar’ e o ‘Arrematar’. Ano passado, por exemplo, turbinou as iniciativas e realizou três edições de cada projeto.

E o balanço geral mostrou que o desafio enfrentado valeu a pena. No total foram arrecadados pouco mais de R$ 24 milhões no Projeto Arrematar
Já o resultado do Projeto Conciliar no ano de 2007, com as três versões, não poderia ter sido melhor. Os valores negociados chegaram a incrível cifra de R$ 36,6 milhões.

Tomou decisões que podem até parecer rotineiras, mas que têm, com certeza, o sexto sentido feminino. Os novos equipamentos de informática substituíram os antigos e obsoletos instalados nas Varas do Trabalho do interior e não nas da Capital. Cada juiz e servidor recebeu um novo computador e impressora. A decisão foi baseada em um critério simples: fazer manutenção nos equipamentos da Capital é bem mais fácil. Então, o mais novo, que teoricamente não quebra, foi para o interior. Somente depois autorizou a troca dos da Capital.

 

Projetos Sociais

Vibrou e apoiou iniciativas sociais como a dos servidores da Secretaria de Informática que, como voluntários, criaram o projeto e-saber de inclusão digital. Com a idéia de oferecer oportunidade aos estudantes de 14 a 17 anos de conhecerem e experimentarem o novo mundo da informática foi feita uma parceria com alunos de escolas públicas do município de João Pessoa. A primeira turma já concluiu o curso e a segunda iniciou semana passada.

Foi a propulsora de projetos internos de valorização da Instituição e servidores. Apoiou o projeto que mudou o foco da Secretaria de Recursos Humanos, que saiu de um modelo tradicional, meramente operacional, para um novo modelo de gestão de pessoas, comprometido com a valorização das potencialidades e do bem-estar físico, mental e funcional dos servidores.

E nessa estrada da mudança, o setor de Recursos Humanos realizou ano passado 73 cursos/treinamentos, com 1.287 horas/aula, alcançando um público total de 1.470 servidores, o que representa, hipoteticamente, o oferecimento de treinamento a 100% da força de trabalho da Corte, com média de 35 horas/aula. O título do projeto tem a marca da sensibilidade feminina: RH Cuidando de Você.

 

Música e pioneirismo

Quis ser a pioneira no Brasil e implantou um curso com a Linguagem Brasileira de Sinais em todas as nove Varas do Trabalho de João Pessoa e em setores de atendimento ao público no Fórum Trabalhista Maximiano Figueiredo e na sede do Tribunal Regional do Trabalho. A Justiça do Trabalho não tem números, já que no processo não é colocado se a parte é deficiente ou não. “O que se percebe é que os deficientes estão cada vez mais ingressando no mercado de trabalho e o TRT está preparado para essa boa novidade”, diz com aquele senso que só as mulheres têm.

Em outra ação disse que se não pode curar, pode aliviar a dor do próximo. E assim o Coral do TRT esteve em vários hospitais de João Pessoa. Ao longo de 2007 foram cerca de 20 apresentações. Em dezembro, por exemplo, o coral esteve no hospital Napoleão Laureano, que trata pacientes com câncer, hospital Infantil Arlinda Marques, Maternidade Cândida Vargas, dentre outros.

Ana Clara é muito mais. É querida por todos em seu ambiente de trabalho e confessa que "ama cada funcionário".

Fonte: Jornal Correio da Paraíba