Escritório de Gestão Estratégica (2): o arquiteto

Seguindo a série que trata do perfil contemporâneo da unidade de gestão estratégica, tratamos da faceta “arquiteto” desse setor.

Normalmente, diversos processos essenciais à execução da estratégia são realizados em setores diferentes da organização, em diferentes períodos do ano, usando arcabouços teóricos e práticos diversos. O isolamento de processos como orçamento, desempenho de equipes e planejamento estratégico é uma das principais barreiras à execução da estratégia.

Ainda pior, alguns processos importantes para a concretização da estratégia não são levados a frente por setor algum: o desenho de mapas estratégicos baseados em temas, a implementação de abordagem sistemática do financiamento de iniciativas estratégicas e o controle de seus resultados, a conexão entre planos estratégicos e orçamentos operacionais ou a preparação e condução de reuniões de revisão estratégica.

A existência de um escritório de gestão da estratégia garante que qualquer processo faltante à execução da estratégia seja implementado, ao mesmo tempo que organiza o que de outro modo seria uma coleção fragmentada e incompleta de processos de gestão.

Cabe à UGE planejar o arranjo e os processos para um sistema de planejamento estratégico e execução operacional único, integrado e de ciclo fechado. É nesse papel que sua faceta de relojoeira fica evidente: deve garantir que os componentes indispensáveis à estratégia estejam ajustados e disponíveis, trabalhando de forma sincronizada e sem atritos. Garantir a sincronia significa que a sequência adequada de processos para a execução da estratégia estejam implementados e alinhados.

Na prática

Uma atuação concreta nesse papel significa que após realizada a reunião anual de revisão da estratégia, na qual o time executivo sênior atualiza a estratégia, o mapa e o quadro de metas, a UGE inicia o processo de realinhamento de todas as unidades da organização entre si e entre cada uma e a estratégia institucional. A UGE também deve certificar que sejam estabelecidas prioridades para o alcance das melhorias em processo críticos para o alcance das metas.

Depois, na fase de elaboração do orçamento, a UGE deve garantir que o trabalho desenvolvido pela unidade financeira origine planos operacionais e orçamentários para unidades de apoio e finalísticas, sempre com vistas ao desempenho futuro buscado.

Na sequência, caberá à UGE trabalhar com a unidade de recursos humanos para alinhar os esforços de desenvolvimento de competências e programas de incentivo funcional aos objetivos e metas institucionais.

Enquanto esses processos de planejamento anuais ocorrem em datas típicas e em sequência, a organização segue continuamente desenvolvendo processos de controle e aprendizado: comunicação da estratégia, revisão de operações e estratégia, gestão de iniciativas estratégicas e compartilhamento de melhores práticas.

A UGE deve assegurar que todos esses processos sejam executados, implementando os que estiverem ausentes e estabelecendo as conexões necessárias entre os que já existam.

Referência

KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. The Office of Strategy Management: emerging roles and responsibilities. Balance Scorecard

Report, July- August 2008. Vol. 10. Number 4.